UMA ANÁLISE DO PROFUNDO IMPACTO DA CRISE DE 1929

PARA A ECONOMIA DE PAÍSES E FINANÇAS DAS EMPRESAS

Copyright @ Koiti Egoshi, 7 de maio de 2007

                                                                                    

 

 

1. A GRANDE DEPRESSÃO E A CRISE DE 1929

 

Dia 24 de outubro de 1929 é marco histórico de Economia Mundial e Finanças Internacionais. Foi a chamada Black Thursday ou Quinta-Feira Negra que provocou uma crise generalizada sobre a maioria dos países do mundo, com exceção de alguns, dentre os quais, o Brasil e a Argentina – que aceleraram seu processo de industrialização. 

 

Foi o dia da maior queda da Bolsa de Valores de Nova York de todos os tempos, quando houve uma desvalorização média de 80% no preço das ações que estavam sendo negociadas – com um excesso de ações para poucos compradores.  

 

Daí o nome: A Grande Depressão que norte-americanos a denominam de GREAT DEPRESSION e alguns outros, de GREAT CRASH. Doravante chamaremos simplesmente, de Crise de 1929.

 

 

 

2. AS CAUSAS

 

A verdade dos fatos é que aconteceu o GREAT CRASH porque o balão capitalista se insuflou tanto de papel, até não poder mais, que explodiu naquela fatídica quinta-feira. A partir de então, por longos 4 anos, de 1929 a 1933 pelo menos, houve a chamada GREAT DEPRESSION.

 

Há mais e mais teorias que tentam explicar esse fenômeno capitalista – todas estão certas e se completam, porque não houve uma causa específica mas várias.

 

Em linhas gerais, podemos concluir que não só houve um excesso de oferta maior que a demanda agregada, como também houve um descontrole econômico generalizado, que resultou em um excesso de produção e supervalorização de papéis, inclusive de dólar – em anos que antecederam 1929. Isto é, houve um verdadeiro capitalismo livre – o chamado laissez-faire, sem um controle rígido por parte do Estado norte-americano que era necessário.

 

Tanto é verdade, que a solução encontrada para a crise, foi justamente a intervenção do Estado norte-americano sobre a Economia, como analisaremos adiante.

 

 

 

3. AS CONSEQÜÊNCIAS

 

A chamada Crise de 1929, repercutiu não só nos Estados Unidos como também em quase todo mundo, visto que Tio Sam já naquela época era a maior potencia econômica  do mundo. Não só após o GREAT CRASH mas ao longo do GREAT DEPRESSION,  os Estados Unidos amargaram:

 

a) Quebra generalizada de empresas e bancos.

 

b) Queda de produção industrial de 45% – de US$ 104 bilhões em 1929, para US$ 56 bilhões em 1933; no mesmo período, a de aço caiu 61% e a de automóveis, 70%.

 

c) Redução de preços abaixo dos custos em função da deflação – preços caíram em média 25%, entre 1929 e 1933; no mesmo período, produtos agropecuários caíram 50%.

 

d) Aumento crescente de desemprego, de 9% em 1930, para 25% em 1933, mantendo uma média de 20% durante toda a Década de 30.

 

e) Drástica redução de salários totais (salário-hora até que aumentou, mas houve redução de horas-trabalhadas) daqueles que conseguiram ficar empregados. 

 

f) Drástica redução de consumo e conseqüente crise do comércio e por tabela, crise da indústria.

g) Crise social generalizada, com o aparecimento de cortiços e favelas (ironicamente denominados de hoovervilles em alusão à Hoover), com o surgimento de sem-tetos e sem-terras.

 

Fora dos Estados Unidos, a Crise de 1929 provocou queda de PIB (Produto Interno Bruto) de vários países. O país que mais sofreu com essa crise foi o Canadá, cuja economia  era a que mais crescia na época.   

 

Até no campo político a Crise de 1929 teve repercussão: acelerou e ampliou o movimento comunista no mundo e ajudou na ascensão de regimes nazista na Alemanha, fascista na Itália e militarista no Japão – resultando na Segunda Grande Guerra Mundial de 1939 a 1945.

 

 

 

4. A INTERVENÇÃO DO ESTADO COM O NEW DEAL

 

Franklin Delano Roosevelt (1882-1945), eleito em 4/3/1933, concorrendo com seu antecessor Herbert Hoover (1874-1964) lançou várias medidas de intervenção econômica por parte do Estado, que no seu todo foram chamadas de New Deal (1933-1937) – contrariando seu antecessor, que governou Estados Unidos de 1929 a 1933, que era mais da linha laissez-faire. Por 4 mandatos sucessivos Roosevelt foi eleito e só não terminou o último porque morreu de derrame cerebral. 

 

A política econômica New Deal não só lançou várias medidas de intervenção econômica como também criou dezenas de agências reguladoras que de tantas que foram, receberam o nome de alphabet agencies. Exemplos: CCC (Civilian Conservation Corps), AAA (Agricultural Adjustment Administration), PWA (Public Works Administration), FDIC (Federal Deposit Insurance Corporation), SEC (Securities and Exchange Commission), CWA (Civil Works Administration), SSB (Social Security Board), WPA (Works Progress Administration), NLRB (National Labor Relations Board.

 

Tão bem sucedidas que foram, persistem até hoje servindo de modelos em outros paises como Brasil. Como por exemplo, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que foi criada inspirada na SEC (Securities and Exchange Commission); INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) que foi criado nos moldes do SSB (Social Security Board).  

 

 

 

 

 

Bibliografia

 

BRENER, Jayme. 1929 – A Crise que mudou o mundo. São Paulo: Atica, 1998.

 

GALBRAITH, John Kenneth. Great Crash 1929. United Kingdom: Penguin, 1992.

 

PEREIRA, Wagner Pinheiro. 24 de Outubro de 1929 – A Queda da Bolsa de Valores de Nova York. São Paulo: Nacional, 2006.